top of page
  • logo zap branca
  • White Instagram Icon
  • White Facebook Icon
  • Branca ícone do YouTube
  • reservas bem bahia
  • email
Marca Rede Bem Bahia Hotéis.png
logo site branco.png
001 - logo 2022 - hotel porto dourado BRANCO.png
Whatsapp Rede Bem Bahia

Máscaras de Saubara: As Mulheres Escondidas Que Libertaram a Bahia

  • Foto do escritor: Família viajante
    Família viajante
  • há 20 minutos
  • 3 min de leitura

Mulheres com máscaras de Saubara, também conhecidas como Caretas de Saubara, importantes no 2 de julho
Mulheres com máscaras de Saubara, também conhecidas como Caretas de Saubara, importantes no 2 de julho

No recôncavo da Bahia, há uma tradição tão misteriosa quanto poderosa: as Máscaras de Saubara. Quem as vê desfilando nas ruas, com seus rostos cobertos por caretas monstruosas, dificilmente imagina a profundidade histórica e o protagonismo revolucionário dessas mulheres durante um dos capítulos mais decisivos da história nacional: a guerra pela Independência da Bahia, celebrada em 2 de julho de 1823.

O Que São as Máscaras de Saubara?


As Máscaras de Saubara são, originalmente, caretas artesanais produzidas em papel machê, tecido, palha, chifres e fibras, com formas grotescas ou animalescas — olhos esbugalhados, bocas ameaçadoras, dentes afiados, chifres, e feições inspiradas no folclore afro-indígena. Elas fazem parte do repertório festivo do Recôncavo, especialmente em Saubara, mas sua origem remonta ao período das lutas pela independência baiana.

Por trás de cada máscara, uma mulher real: negra, parda, indígena, vaidosa, bela, cheia de força e identidade. A máscara escondia o rosto, protegendo a identidade dessas mulheres, mas também permitia que sua coragem ganhasse novas formas de expressão.

Estratégia de Guerra e Atitude de Resistência

Durante as batalhas do 2 de Julho, quando a Bahia ainda era o principal bastião português no Brasil, as mulheres de Saubara assumiram um papel fundamental e audacioso. Sabendo que poderiam ser presas ou mortas caso fossem identificadas, as baianas passaram a usar máscaras para se disfarçar e circular entre acampamentos de soldados brasileiros e portugueses.

Mas não era só camuflagem:

  • Sedução estratégica: Muitas dessas mulheres, belas e sensuais, usavam o disfarce para se aproximar dos soldados portugueses, oferecendo descanso, conversas e até relações, minando o moral do inimigo e arrancando segredos militares.

  • Espionagem e sabotagem: O anonimato permitia atuar como espiãs, escutando planos, transmitindo recados para os patriotas, ou mesmo sabotar provisões e armamentos dos invasores.

  • Renovação dos combatentes brasileiros: Ao mesmo tempo, davam suporte físico e emocional aos lutadores baianos, ajudando a manter acesa a chama da resistência.

Essas ações — que misturavam astúcia, ousadia e um profundo senso de comunidade — foram essenciais para a vitória dos baianos e a expulsão definitiva dos portugueses. As Máscaras de Saubara, assim, transformaram a feminilidade em arma política e cultural.



Mais Que Folclore: Patrimônio de Luta

Com o tempo, a tradição se perpetuou. O que nasceu como artifício de guerra se transformou em manifestação cultural: as Caretas de Saubara (como também são chamadas) passaram a desfilar em festas populares, carnaval e celebrações do 2 de Julho, sempre carregando o simbolismo do mistério, do anonimato, da força feminina e da resistência.

Hoje, as máscaras são feitas em ateliês familiares, passadas de geração em geração. Representam não apenas um folguedo popular, mas a memória viva de uma estratégia coletiva, capaz de unir sensualidade, inteligência, coragem e pertencimento. Ao desfilarem, essas mulheres reafirmam sua história e sua importância no processo de independência da Bahia — e, por extensão, do Brasil.

Mulheres Invisibilizadas, História Redescoberta


A história oficial pouco falava sobre essas mulheres. Só recentemente pesquisadores e movimentos culturais passaram a valorizar o papel das mulheres mascaradas de Saubara como personagens centrais da luta pela liberdade. Sua história inspira não só a Bahia, mas todo o Brasil, ao mostrar que a independência não foi feita apenas por generais e políticos, mas também — e principalmente — pelo povo, pelas mulheres, pelos anônimos que usaram da inteligência, da beleza e do mistério para mudar os rumos da nação.

O Legado Atual

Ver uma mulher mascarada nas ruas de Saubara é, ainda hoje, ver uma herdeira direta daquelas guerreiras do século XIX. É lembrar que, muitas vezes, o que está escondido por trás de um rosto é justamente o que constrói a história de um povo.

Viva as Máscaras de Saubara! Viva as mulheres que libertaram a Bahia! Viva o 2 de Julho, a verdadeira independência do Brasil!


Matéria baseada em relatos orais, pesquisas culturais, estudos históricos e tradições populares do Recôncavo Baiano.

 
 
 

Comments


bottom of page